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sábado, 21 de novembro de 2020

O Enterro do ‘não consigo

 

Também não é demais transcrever a lição memorável inserida na história conhecida
como “O Enterro do ‘não consigo”, que foi contada por Chick Moorman, e aconteceu numa
escola do ensino fundamental no Estado de Michigan, Estados Unidos da América. Ele era
coordenador e incentivador dos treinamentos que ali eram realizados e um dia viveu uma
experiência muito instrutiva, conforme ele mesmo narrou:
Tomei um lugar vazio no fundo da sala e fiquei assistindo. Todos os alunos estavam
trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com ideias e pensamentos. Um
aluno de dez anos que estava mais próximo de mim, estava enchendo a folha de “não consigos”:
– “Não consigo chutar a bola de futebol para além da intermediária”.
– “Não consigo fazer divisões longas, com mais de três números”.
– “Não consigo fazer com que a Debbie goste de mim”.
Caminhei pela sala e notei que todos estavam escrevendo o que não conseguiam fazer:
“Não consigo fazer dez flexões”; “não consigo comer um biscoito só”, etc.
A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e decidi verificar com a professora o que estava acontecendo e percebi que ela também estava ocupada escrevendo uma
lista de “não consigos”.
Frustrado em meus esforços em determinar porque os alunos estavam trabalhando com
negativas, em vez de escrever frases positivas, voltei para o meu lugar e continuei minhas
observações. Os estudantes escreveram por mais dez minutos. A maioria encheu sua página.
Alguns começaram outra. Depois de algum tempo os alunos foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e colocá-las numa caixa de sapatos, vazia, que estava sobre a mesa da professora.
Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa, a professora, chamada Donna,
acrescentou as suas, tampou a caixa, colocou-a embaixo do braço e saiu pela porta do cor

Citações e Pensamentos VII
redor. Os alunos a seguiram e eu segui os alunos. Logo à frente a professora entrou na sala do
zelador e saiu com uma pá. Depois seguiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o
canto mais distante do playground. Ali começaram a cavar. Iam enterrar seus “não consigos”!
Quando a escavação terminou, a caixa de “não consigo” foi depositada no fundo e
rapidamente coberta com terra. Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de
pé, em torno da sepultura recém cavada. Donna então proferiu louvores:
– “Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do ‘não consigo’.
Enquanto esteve conosco aqui na Terra, ele tocou as vidas de todos nós, a de alguns mais do
que de outros. Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública: escolas,
prefeituras, assembléias legislativas e até mesmo na Casa Branca. Providenciamos um local
para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio. Ele vive na memória de seus
irmãos e irmãs ‘eu consigo’, ‘eu posso’ e ‘eu sei’ e ‘eu tenho’. Que o ‘não consigo’ possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém.”
Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam a lição. A atividade era simbólica, mas era também uma metáfora da vida. O “não consigo” estava enterrado para sempre. Logo após, a sábia professora encaminhou os alunos de volta à classe e
promoveu uma festa. Como parte da celebração, Donna recortou uma grande lápide de
papelão e escreveu as palavras “não consigo” no topo, “descanse em paz” no centro, e a data
embaixo. A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano.
Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e dizia “não consigo”, Donna simplesmente
apontava o cartaz “descanse em paz”. O aluno então se lembrava que “não consigo” estava
morto e reformulava a frase.
Eu não era aluno de Donna; eu era o seu coordenador. Ainda assim, naquele dia aprendi
com ela uma lição duradoura. Agora, anos depois, sempre que ouço a frase “não consigo”,
vejo imagens daquele funeral da quarta série. Da mesma forma que os alunos, eu também me
lembro de que o “não consigo” está morto!
(Adaptado do livro “Canja de Galinha para a Alma”, de Jack Canfield e Mark Victor
Hansen, Editora Ediouro)

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